24.4.03 Começou Foi dada a largada. Ainda não assinei o contrato de venda do apartamento, mas as corretoras estavam assanhadíssimas para me fazer gastar dinheiro. Por mim, tudo bem, uma hora isso ia ter que acontecer, me armei de paciência, aproveitei meu ócio e vambora.
Fomos em cinco apartamentos, hoje. Não deixa de ser esquisita a prontidão com a qual as pessoas abrem suas casas e suas vidas, tão rapidamente. Três tinham gente morando. E eu, toda ciosa do gosto ruim que dá ouvir comentários desagradáveis do estilo “nossa, que cozinha brega”, ficava bem quietinha, na minha, apenas perguntando coisas práticas. Deixei para lascar o pau aqui, mesmo. Nenhum me emocionou, todos caros demais para meu pobre dinheirinho.
Apartamento número 1 Já vi espaços mal aproveitados, mas aquilo era ridículo. Uma mega-sala, dois quartos mezzo-mezzo, e banheiros absolutamente claustrofóbicos. Acho que nem tinham janelas. Muito estranho.
Apartamento número 2 O mais bacana de todos. Prédio velhão, perto da Augusta, com lojas no térreo. Mesma área do apê anterior, mas os cômodos eram bem mais bem distribuído. Piso de taco, quartos e banheiros de bom tamanho. Tem pouca coisa a ser feita ali, já que tanto os banheiros quanto a cozinha são novos e claros. (Eu não me iludo --- de reforma, meus amigos, ninguém escapa.) O preço é que tá beeeem acima do que eu posso, mesmo com a economia na reforma.
Apartamento número 3 Em uma palavra? BREGA. Pequeno e todo reformado. A dona estufava o peito para falar que tinha deixado o bichinho “na laje”, e eu pensava, “coitado, melhor que tivesse deixado como estava...” Ah, sem chances. Ela revestiu o box de mármore e colocou uma banheira do tamanho de um bidê. Pára tudo.
Apartamentos 4 e 5 O bom filho à casa retorna. Não é que elas me levaram ao mesmo conjunto de prédios em que minha família morou antes da morte da minha mãe? Isso quando eu era quase de colo, dois, três anos de idade. Só faltava ser no mesmo prédio. O grande problema de ambos era o tamanho. Muito grandes. E iam pedir muita grana para ficar do jeito que eu gostaria. Condomínio caaaaro.... E há quanto tempo eu não via uma tampa de privada com borboletas incrustradas no plástico transparente. Isso sim, é um destino indigno.