18.5.03 Encontros, desencontros Pessoas que reaparecem para um sushi. Duas mulheres de nomes russos que se juntam e confabulam sobre as suas vidas, e as alheias. Conversas sobre motivações alheias, diferenças culturais entre ingleses e brasileiros, morar com os pais, homens trinta anos mais velhos, casamentos "Howard's End", teses de mestrado, demissões, office politics, viver de renda aos 27 anos, Rainha Margot, saquê, coca light e dezenas de insights.
Boa parte do mal que as pessoas causam umas às outras acontece porque ninguém sentir que não é legal, nem que seja apenas pelos instantes suficientes para fazer a coisa certa. Machucar o outro é péssimo, não necessariamente pela dor que causa, mas pelo gosto amargo que fica na boca. Então, as pessoas fogem, maquiam a verdade, quando não simplesmente mentem. Disfarçam até para si mesmas. Mantêm o dente doendo, chatinho, do que arrancá-lo de uma vez para todo o sempre. E o outro lá, de boca aberta, dente podre, tendo que adivinhar o que está acontecendo. Tudo fica implícito, nada declarado. Um jogo de adivinhação em que nunca ninguém diz "acertou!"
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