20.5.03
Existem três tipos de apartamentos. Um é aquele que, no primeiro passo depois da porta, é amor à primeira vista. Tudo é maravilhoso, ele é ótimo, arejado, bate sol, piso, cozinha, banheiro, tudo do jeito inacreditavelmente combinando com seu gosto. O problema é que esse apartamento ou não está à venda, ou não é para seu bico -- muito caro. O outro tipo é aquele que você, no fundo, só compra a laje. A idéia é colocar tudo abaixo, quebrar uma parede, levantar outra, trocar piso, refazer parte elétrica e hidráulica, blá-blá-blá. Esse tipo existe um investimento que nem sempre é possível fazer. O sacrifício só vale a pena se você tiver absolutamente certeza do que quer, que aquele apartamento vai valer a dor de cabeça com obra, gastos, pedreiro, encheção... Toda a coisa é um ato de fé. Ou de paixão extrema por aqueles tantos metros de área útil. Porque no fundo, você só vai saber que realmente valeu a pena depois de tudo pronto. Até lá, noites em claro fazendo contas e pensando em como tudo está ficando. E tem o terceiro tipo. O famoso meio-termo. Ele não é aquela maravilha toda, mas também não é péssimo. Precisa de uma reforminha básica, nada muito estressante. Mas não empolga. É o tipo de apartamento que você pega quando acha que nada melhor vai aparecer pela frente, investe um troco lá, meio mais ou menos, acaba se acostumando e até gostando do dito-cujo. Mas nunca é exatamente aquilo que se queria, e no fim das contas, o fato de ter se conformado com menos do que queria vai ter seu preço.
Ultimamente, só tenho encontrado o terceiro tipo.
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