31.3.03
"Família a gente agüenta, amigos a gente escolhe". Ouvimos essa máxima a vida inteira, mas no fundo, ela só se torna verdade quando finalmente temos o controle sobre quem queremos ter ao nosso lado. Quando criança ou adolescentes, nossas escolhas de amigos são limitadas ao colégio ou ao círculo social imposto pelos nossos pais. Só quando amadurecemos e sacamos quem queremos ser é que finalmente temos controle sobre nossas amizades. Pelo menos no meu caso foi assim. Em um determinado momento, foi assim comigo. Mantive em minha vida as pessoas com quem eu me identificava, com que eu podia trocar idéias. O resto, foi entrando na lembrança e na categoria “Lembra de fulano??” Mas esse ano, uma coisa engraçada aconteceu. Não sei se é porque 2003 marca os dez anos que eu acabei o colegial, mas as pessoas começaram a reaparecer... E a parte gratificante dessa experiência é sentir que algumas das pessoas que você deixou para trás, por não fazerem mais parte do seu mundo, podem voltar a pertencer. Amigos nunca são demais.
23:39Classificados:
Para meu leitor fiel:
“Ler a farmacologia clínica do ecstasy me embrulha o estômago. A idéia de que algum dia já tenha permitido que tal substância entrasse em meu corpo me apavora. Nas doses usadas para diversão (entre 100 e 150 miligramas), o ecstasy danifica os axônios de serotonina do cérebro – a parte da célula nervosa que se estende a outras células – em macacos e outros mamíferos. A evidência sugere que faça o mesmo com os humanos. A droga causa essencialmente uma explosão de serotonina e dopamina, liberando grandes estoques dessas substâncias e então danificando as células onde estão estocadas. Além disso, impede a síntese de mais serotonina. Os usuários regulares de ecstasy têm níveis mais baixos de serotonina do que as outras pessoas. Às vezes, 35% mais baixos. Pesquisadores relatam vários episódios em que uma única dose de ecstasy desencadeia uma doença psiquiátrica permanente – às vezes imediatamente, às vezes anos depois. Deprimidos não podem se dar ao luxo de baixar seus níveis de serotonina e devem portanto ficar à maior distância possível dessa droga. “Se você tomar muito e por um tempo prolongado, pode destruir sua capacidade de sentir felicidade; ela pode causar a longo prazo, os efeitos que a cocaína causa a curto prazo”, diz David McDowell, da Universidade de Columbia. “(...) O álcool pode se tornar o seu melhor amigo, mas o ecstasy não pode fazer isso. Meu medo é que muita gente que usou ecstasy em grandes quantidades, durante as duas últimas décadas, achará que está bem até despencar aos 50 anos. E os pacientes deprimidos que usam a droga? Eu digo a eles: ‘Em 20 anos vocês vão querer estar tomando apenas três remédios ou dez?’” O Demônio do Meio Dia, página 216
27.3.03 ó dúvida cruel Recebi uma oferta pelo apê. Não é a grana que eu queria, mas também não está muitos contos abaixo do que eu pretendia receber (na verdade, nem dez). É aquela coisa: se eu vender agora, posso me arrepender depois (tipo, vai que eu poderia conseguir uma oferta melhor...); se eu não vendo agora, e depois só receber ofertas mais baixas, vou me sentir a criatura mais idiota do mundo.
E eu sou péssima para negociar, péssima-péssima-péssima. Acho que nunca liguei tanto para meu tio quanto agora -- aquele sim é osso-duro-de-roer. Dá vontade de ser mulherzinha e deixar tudo por conta dele.
E tem outra dúvida cruel rolando também. Mas essa deixa quieto.
21:55Classificados:
23.3.03
Hoje me deram um toque interessante. Um cara ligou no meu celular, querendo saber do apartamento e eliminando os intermediários, com uma história muitíssimo mal-contada e não queria de jeito nenhum contar como conseguiu meu número. Alegou que a pessoa pediu sigilo. Eu até tinha combinado de encontrá-lo, quando meu tio me alertou que poderia ser um assalto. Um cara poderia ter se passado por comprador, pego o número com o zelador, e me ligado. Caramba, isso nunca me ocorreu.
Desmarquei com o fulano, e nessas ele me explicou melhor a história -- muito complicada para contar aqui, mas era o cara que fez a oferta no meu apartamento da primeira vez que coloquei à venda. Vou ver se marco com ele direito, agora. Mas preciso ficar esperta com quem me liga.
20:22Classificados:
it's my party and I smile if I want to. E como eu sorri. Foi uma festa muito bacana.
20:05Classificados:
21.3.03
Não, eu não quero um apartamento na Vila Olímpia, ou na avenida do Estadão, sim, o preço é esse mesmo, eu ouço outras propostas, mas isso não quer dizer que eu vá aceitá-las, e sinceramente, não entendo porque as pessoas encaram essas coisas tão pessoalmente. Eu detesto os mercenários, mas os prefiro a lidar com as pessoas que me procuram diretamente. Porque se você recusa, parece que é pessoal, só falta baterem o telefone na minha cara. Eu, hein.
20:51Classificados:
Porque sair para dançar significa sair para dançar: E aí a gente vai sair daqui, vai para um motel, aí vai transar, aí vai querer de novo, aí eu me apaixono, aí você vai dizer que não quer compromisso, aí eu vou achar você um babaca, aí a gente vai brigar, aí eu vou te odiar... Tem certeza de que ainda quer saber o meu nome? (recebi isso de um e-mail de frases da Radical Chic. Detesto não citar fonte.)
20:49Classificados:
17.3.03
Os Mercenários tardam mas não falham. Mercenário número 1 (também conhecido como Lopes Consultoria de Imóveis) deu sinal de vida. Falei que o apartamento está ainda à venda, e já está há algum tempo. Deu vontade de tirá-los do negócio, mas não sou orgulhosa.
Ontem passei no shopping e o capacho ainda estava lá. Ah, acho que vou comprar. Basta aparecer lá num dia que a loja esteja aberta.
22:38Classificados:
14.3.03
toca o telefone... (celular, ramal, o de casa, qualquer um)
"Alô?"
"Sim, sou eu."
"Sim, continua à venda."
"Sim, é esse o preço mesmo. Com sua comissão."
"Cento e trinta. Três quartos, uma suíte. Cinco portas de armários em todos os quartos, o carpete é novo e o piso da sala é taco."
"Não, só uma vaga."
"Décimo andar, de frente."
"Não, não está reformado. Mas está em ótimo estado. Meu pai foi o primeiro dono, e depois dele só morou lá um casal de peruanos, durante um ano. A única coisa que fizeram foi colocar papel de parede em um dos quartos, eles tiveram uma filhinha, sabe. Mas meu pai fez várias obras no banheiro e na parte elétrica. Não sei te dizer exatamente o quê, eu não acompanhava essas coisas, não morava com ele."
"Tem salão de festas e de jogos. A frente do prédio é arborizada, tem uns banquinhos, é muito agradável."
"Sim, estão com o porteiro."
"Pode, pode."
"De nada, aguardo sua ligação."
Repetir ad infinitum 20:43Classificados:
12.3.03 Você é uma mulher alterada? Eu não preciso de teste, já sei que sou alteradíssima. Mas o teste é engraçadinho.
11.3.03
Ontem o dia foi insano. O único presente que ganhei foi uma pauta mega para fazer num tempo mínimo. Mas enfim. O que achei mais inusitado de ontem foi que mesmo que ninguém mais lembrasse do meu aniversário, o meu banco lembraria. Olha o email que recebi. E não só o banco, a cabeleireira, o cartão de credito, o America. Não deixa de ser um consolo, saber que alguém sempre vai lembrar de você. Nem que seja o estagiário do departamento de marketing.
23:45Classificados:
8.3.03
Ontem apareceu o primeiro comprador. Tive que deixar a chave na portaria do prédio na quinta-feira, quando saí do trabalho. É claro que estava abrindo a porta de casa. meia noite e tanto, quando lembrei que tinha que ter deixado a chave na portaria da rua Japão. Até agora não acredito que tive essa pachorra de descer até a garagem, pegar o carro, ir até o Itaim e voltar, mas tive. Na sexta, o Frederico (mercenário número 2, porque o número 1 nunca mais deu sinal de vida -- da próxima vez que tiver post nesse blog, diga "obrigada, Frederico!". Sem o meu amigo Fred, não haveria nem o que escrever por aqui) me ligou dizendo que a mulher tinha gostado muito do apê, mas queria mostrar para o filho hoje. Imagine só que ela mora no prédio em frente ao meu, e está procurando algo para o filho morar. Morar em frente da mãe da gente??? Socorro!! Bem, espero que ele não compartilhe da mesma opinião que eu, que queira comprar o apê e não pechinche o preço.
Parando para pensar, eu também quero meu cafofo aqui por perto, para não ficar muito longe da Baba. Mas em frente já é um pouco demais.
3.3.03 “A depressão é a imperfeição no amor. Para podermos amar, temos que ser criaturas capazes de se desesperar ante as perdas, e a depressão é o mecanismo desse desespero. Quando ela chega, degrada o eu da pessoa e finalmente eclipsa sua capacidade de dar ou receber afeição. É a solidão dentro de nós que se manifesta, e destrói não apenas a conexão com os outros, mas também a capacidade de estar apaziguadamente apenas consigo mesmo. Embora não seja nenhum profilático contra a depressão, o amor é o que alcochoa a mente e a protege de si mesma. Medicamentos e psicoterapia podem renovar essa proteção, tornando mais fácil amar e ser amado, e é por isso que funcionam. Quando estão bem, alguns amam a si mesmos, alguns amam outros, alguns amam o trabalho e alguns amam Deus: qualquer uma dessas paixões pode fornecer o sentido vital de propósito que é o oposto da depressão. O amor nos abandona de tempos em tempos, e nós abandonamos o amor. Na depressão, a falta de significado de cada empreendimento e cada emoção, a falta de significado da própria vida se tornam evidentes. O único sentimento que resta nesse estado despido de amor é a insignificância.”