29.6.04 Boletim médico número 2 Entramos no quarto dia de UTI. Assusta, mas não é tããããão ruim. É só a pressão arterial dela que resolveu entrar de férias.
Mas ô andar pesado. Só duas visitas por dia, meia hora cada. Vira até rotina, você reconhece os rostos dos outros visitantes, dá até oi. Todo mundo no saguão, esperando o segurança mandar subir. "Leitos X a Y, liberados. Os outros aguardam." E a gente só fica imaginando a razão de aguardar, o medo que dá.
Hoje demoraram a liberar os visitantes da "nossa" ala. O ortopedista passou e fofocou que o motivo era uma parada cardíaca num leito próximo da minha avó. Finalmente nos deixaram subir, mas os visitantes de um leito Z tinham que esperar.
A Baba contou que a manhã tinha sido agitada, houve uma parada respiratória, "mas agora já está tudo bem, ressuscitaram o homem, como eles são competentes, viu." Já os parentes do "homem" não compartilhavam da mesma opinião, a julgar pelos seus rostos desesperados, esperando notícias, ainda no saguão.
Não, eles não tinham conseguido salvar o cara. Mas ninguém seria louco de contar isso para a minha avó.
Sim, eu estou louca para que ela saia de lá logo.
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